sábado, 10 de dezembro de 2011

Cristo e Mamom


Texto Básico Mateus 6: 24
Objetivo da Lição: Conscientizar o estudante da impossibilidade de servir a dois senhores.
            INTRODUÇÃO
            O termo “mamom”, de origem aramaica, servia para designar a soma dos bens terrenos: Posses e dinheiro. Não era um deus oficial de qualquer culto pagão, mas se constituía, e ainda se constitui, verdadeiramente, um ídolo universal, pois nos tesouros materiais o homem coloca o coração (Mt 6: 21). Eis porque os ricos, os que são idólatras de mamom, dificilmente entrarão no Reino dos Céus (Mc 10: 23-31). Jesus, sabendo que mamom o tornava mais universal, livre das fronteiras dos escrúpulos religiosos de cristãos e judeus. Então, Cristo procurou individualiza-lo como a maior e mais poderosa divindade de um paganismo materialista que:
1. Preferia as posses deste mundo às riquezas celestiais. Exemplo: Jovem rico (Mc 10:17-22).
            2. Priorizava a propriedade e a família, menosprezando a dimensão espiritual da existência, rejeitando o convite redentor do Mestre. Exemplos: O que comprou um campo; o que adquiriu cinco juntas de bois; o que tinha de ficar com a esposa (Lc 14: 15-24).
            3. Estimulava o mamocentrismo, a avareza e descaridade. Exemplos: O rico insensato (Lc 12: 16-21), e o rico avarento e descaridoso com seu compatriota pobre, Lázaro (Lc 16: 19-31). Mamom, na verdade, nunca uma divindade pagã, mas é um ídolo terrível, um poderosíssimo senhor. Muitos, com Judas Iscariotes, trocam o Salvador pelo dinheiro.

ESPOSIÇÃO- DEUS E CÉSAR (Mt 22: 15-22).
            Os fariseus, em comum acordo, montaram uma armadilha, segundo eles infalível, para que nela Jesus caísse. Mandaram seus jovens alunos, acompanhados de herodianos, com a missão de perguntarem a Jesus se era lícito ou não pagar imposto a César. Supunham que qualquer resposta seria tomada como acusação contra o divino Mestre ou perante o tribunal romano ou diante do Sinédrio. Jesus, porém, teve a terceira opção, a mais correta, tomada como parâmetro pela Reforma, que estabelece a definitiva separação entre a Igreja e o Estado, mantendo a responsabilidade com ambos: “Daí, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22: 21). O cristão possui dupla cidadania: a terrena e a celestial. Assim, deve cumprir os deveres do Estado dando a César o que é de Casar, e cumprir os mandamentos de Deus dando-lhe o que é devido, o Dízimo.
            O Senhor Jesus, reprova qualquer tipo de sonegação: A do imposto, que é do Estado, e a do Dízimo, que é de Deus. Com a magistral resposta nosso Senhor retira duas indevidas pretensões:
            A do imperador romano de ser divino e senhor da Igreja.
            A da Igreja de se intrometer em questões estatais e querer, às benesses dos cofres públicos, manter-se e manter seus privilégios.
            O denário do tempo de Tibério trazia no rosto a inscrição: “Tibério César Augusto, filho do Divino Augusto”, e no verso: “Sumo Pontífice”. Acreditava o rei de Roma possuir os poderes temporais e espirituais, como ainda hoje acredita o papa.
             Igreja e Estado devem relacionar-se bem, mas sem vínculos oficiais. O governo nos fornece o dinheiro e o garante; com ele compramos, vendemos, recolhemos os impostos devidos; mantemos as obras sociais da Igreja e entregamos nossos dízimos para manutenção do culto e sustento da evangelização.

O DINHEIRO E O REINO DE DEUS 
            Consagração dos ungidos
            Os levitas, no V. Testamento, não receberam herança na Terra da Promessa (Nm 18: 23-24; Dt 12: 12), pois Deus precisava deles com dedicação exclusiva para os serviços litúrgicos, guardas do Tabernáculo e mestres da lei; viviam dos dízimos do povo (Dt 18: 8-
20).
            Os apóstolos, no Novo Testamento, à semelhança dos levitas, foram retirados de suas profissões e posses e enviados sem qualquer compromisso com Mamom: “Não vos provereis de ouro, nem prata, nem cobre nos vossos cintos; nem alforje para o caminho, nem duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão: Porque digno é o trabalhador do seu alimento” (Mt 10: 9-10; cf  I Co 9: 7-12).
            Deus jamais admitiu o mercenarismo no ministério pastoral. Jesus expulsou os vendedores e os cambistas do templo, homens desonestos, que exploravam os crentes em benefício próprio (Jo 2: 13-17). 
            Vitalizar o pastorado é profanação do ministério. O rebanho não é do ministro, mas de Jesus Cristo, o Sumo Pastor de quem os pastores são escravos. Pastoreio de tempo parcial não é instituição bíblica, embora a Igreja de nossos tempos o admitam. Dedicação exclusiva é o que Deus requer de seus pastores docentes, e a Igreja precisa tomar consciência disso. Os dons do Espírito Santo e as bênçãos divinas não são produtos de mercado.
CONSAGRAÇÃO DOS LEIGOS
             Os ministros não devem ter subvenção do mundo secular, mas precisam ser sustentados com dignidade, sem ostentação e sem luxo. O sustento dos pastores, segundo a ordenação divina, é direito, dever e privilégio da Igreja.
            Todo regenerado é um escravo privilegiado de Deus, pois fica com 90% de sua renda, enquanto ao seu Senhor, dono de sua vida, de seu trabalha e de todos os seus meios de produção, cabe apenas 10%.
            Dízimo não é desprendimento e nem generosidade, é obrigação, dever e honestidade. Generoso é Deus para com os seus  servos, dando-lhes 90%. O irregenerado não entende e não aceita o dízimo, mas tributa à carne, ao mundo e ao maligno muito mais, gastando seu dinheiro naquilo que não é pão (Is 55: 2), sustentando a luxúria, a vaidade, os vícios físicos, sociais, morais, concupiscentes, carnais, que lhe danificam o corpo, corrompem-lhe o caráter, pervertem-lhe a mente, encurtam-lhe a vida.
            Há pessoas que dão tudo por um prazer sensual, mas acham absurdo um servo de Deus entregar ao seu Senhor a pequenina parcela de 10% para manutenção de sua obra no mundo. Os crentes da Igreja Primitiva de Jerusalém, vendendo seus imóveis e bens, colocavam o produto da venda à disposição dos apóstolos para assistência aos necessitados (At 2: 45; 4: 34-35).
            Também os crentes pobres da Macedônia ofertaram generosamente em favor de seus irmãos da Judéia (II Co 8: 1-7). Porém, nenhum exemplo supera o da viúva pobre.

            VIÚVA POBRE (Lc 21: 1-4)
            No Pátio das Mulheres do templo de Herodes ficava o gazofilácio, área reservada aos treze cofres em forma de trombeta. Cada um se destinava ao recolhimento de ofertas especificas. O povo depositava suas ofertas nas diversas trombetas, segundo a finalidade de cada uma. Jesus observava, notando que os ricos faziam ofertas generosas, mas o que ofertavam não lhes fazia falta, pois doavam das sobras, daquela parte que reservavam para gastos extras. Veio uma viúva muito pobre e depositou numa das trombetas duas moedinhas de bronze. O valor era muito ínfimo. Uma quantia muito insignificante, no entanto, representava tudo o que possuía, todo o seu sustento. Sobre isso ressaltemos o seguinte:
            1. Ser viúva israelita nos tempos neotestamentários era muito difícil. O quadro se agravava com o estado de extrema pobreza, penúria mesmo, da ofertante.
            2. Menosprezada por sua condição de mulher e de viúva, amava a Deus sobre todas as coisas, mais do que a si mesma. Amava por consagração pessoal e íntima, não por atos declaratórios verbosos ou por exibição pública de piedade.
            3. A sua pequenina oferta, mas tudo que possuía, foi, na verdade, um sacrifício, uma oferenda a Deus de seu próprio ser. Para ela, a totalidade de suas posses pertencia a Deus. Os outros ofertantes, resguardado o patrimônio pessoal, entregavam uma parte das sobras. Eram crentes ainda muito materialistas por confiarem mais no dinheiro que possuíam...
            Certamente Deus não deixou sua serva, viúva, amorosa, consagrada e confiante, passar necessidade, fazendo cumprir em sua vida o imperativo da promessa: “Buscai, pois em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6: 33).

CONCLUSÃO
            O mamonismo se expressa hoje: 
1.      Em consumismo, luxúria e esbanjamento.
            2.  Em servos que dizem amar a Deus, mas lhe negam a totalidade de seus dízimos ou parte deles. Deus não tolera a infidelidade e a falsidade de seus filhos. Vejam o que aconteceu a Ananias e Safira (At 5: 1-11). O que é de Deus não pode ser retido.
3. Em pessoas que, supondo conseguir suficiência, projeção e predominância, apegam-se fanaticamente ao dinheiro, tornando-se escravas de momom, usuárias avarentas, chegando as raias do absurdo  de comercializar até a venda de seres angelicais, como se houvesse essa possibilidade. O apóstolo Pedro, adverte sobre esses falsos mestres avarentos dizendo o seguinte: “E por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita”. (II Pd 2: 1-3). O dinheiro, quando se torna o objeto de nosso amor e o centro de nossa esperança é, realmente, a raiz de todos os males.
Se você deseja ser rico-dê! Se você deseja ser pobre- retenha! Se você deseja abundancia-espalhe! Se você deseja passar necessidade -entesoure!” (Ralph Neighbour).
Não contribuo porque sou pobre ou sou pobre porque não contribuo”?
                                                                                                                                                                                                                 (Readaptação do Livro-Dinheiro para a Igreja)

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